sexta-feira, 19 de fevereiro de 2010

O Clube do Filme


Escrito por um crítico de cinema desempregado, David Gilmour, "O Clube do Filme" (Intrínseca, 2009) é um ótimo título. Título. E talvez pelo título tenha se tornado um best seller.
A história gira em torno das "aventuras" do autor quando este perde seu emprego na TV e recebe da ex-mulher um pacote surpresa: um filho adolescente que ele só costumava ver nos finais de semana.
David mostra-se um pai responsável e interessado, apesar dos métodos nada ortodoxos de criar o filho: David libera Jesse, um garoto de 16 anos, de ir para escola em troca de assistir três filmes por semana em sua companhia.
No início, Jesse acha tudo aquilo muito chato, mas como bom filho se esforça para agradar ao pai e acaba tornando-se um crítico de cinema (amador) muito mais observador que o próprio David.
Além de assistirem a filmes juntos, pai e filho vivem trocando confidências sobre seus casos amorosos o que leva o primeiro a dar conselhos espelhados em sua própria experiência ao segundo. Quando não ajuda, atrapalha.
Na história ainda há drogas, bebedeiras e muita dor de cotovelo que inspiram letras de rap, sessões de cinema e um livro com personagens que, apesar de reais, são muito pouco verossímeis.
"O Clube do Filme" é a prova de que a vida real pode ser muito pouco interessante como literatura - os relatos de David teriam muito mais charme em um blogg, por exemplo. Quantos às críticas cinematográficas, espero, sinceramente, que David Gilmour tenha encontrado um emprego no qual possa escrevê-las de maneira mais completa - e com menos interrupções de fatos desinteressantes de sua própria vida.

O Clube do Filme: frustração para leitores e cinéfilos.

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