domingo, 7 de março de 2010

Invictus


Um filme sem surpresas:

1.Clint Eastwood continua sendo um diretor de primeira
Quem pretende ir ao cinema com a certeza de não desperdiçar o dinheiro do ingresso sabe há muito tempo que assistir a um filme dirigido por Clint Eastwood é garantia de bom investimento. “Os imperdoáveis”, “Sobre meninos e Lobos” e “Menina de Ouro” são apenas alguns exemplos da sensibilidade e correção de um diretor apaixonado por belos roteiros que trazem lindos finais infelizes. Em “Invictus”, Clint está um pouco diferente e faz a opção menos óbvia de sua carreira como diretor: traz ao filme, desde o título, um sinal de esperança. À inegável qualidade da fita, uma crítica que não pode ser deixada de lado é o fato de que, às vezes, o filme dá a impressão de ter cenas descartáveis criadas unicamente para promover a trilha sonora – que, por sinal, é belíssima.

2.Morgan Freeman ainda é um dos melhores atores norte-americanos da atualidade
Quando Nelson Mandela soube que se pretendia fazer um filme sobre sua vida não teve dúvidas ao declarar: “Morgan Freeman é o cara. Para interpretar a melhor personagem, só sendo o melhor ator.” E Morgan Freeman não decepciona. Está inteiro na personagem. Seus gestos, seu olhar, tudo lembra, ao mesmo tempo em que nos faz esquecer, o Mandela original. “Como é mesmo Mandela?” – nos perguntamos. Ah, é igualzinho ao Morgan Freeman.

3.Damon é um ator competente e isso já não é surpresa
Foi-se definitivamente o tempo em que o largo sorriso de Matt Damon desviava a atenção do público da personagem para o ator. Hoje, Matt é um ator completo capaz de interpretar com competência dramas e comédias; personagens inventados e personagens reais. Em “Invictus”, ele interpreta o papel do capitão dos Springbokes (seleção de rúgbi Sul-Africana) durante a Copa Mundial desse esporte que, em 1995, aconteceu na África do Sul durante o governo de Nelson Mandela. Matt Damon está loiro e “bombado” como nunca, mas é seu olhar que chama atenção neste filme.

4.Americanos sempre foram craques em fazer filmes sobre esportes
Baseball, basquete, boxe, futebol americano, golfe, tênis, surfe... ninguém pode negar que americano faz há muito tempo e com muita competência filmes sobre esportes. Em “Invictus”, apesar de rúgbi não ser um esporte muito praticado por americanos, a competência não foge à regra e até espectadores que não entendem as regras são envolvidos pelos “belos” lances do esporte.

5.Mandela é uma personagem surpreendente e isso é óbvio
Grande responsável por unir um país acostumado a conviver por décadas com o apartheid racial, Nelson Mandela surpreende toda a África do Sul ao apoiar, defender e ensinar toda uma nação de uma magoada maioria negra a torcer por um time representante de uma receosa minoria branca. Mandela percebe que o esporte é capaz de unir – e isso também não é nenhuma surpresa. E Mandela une.

Hoje tem cerimônia do Oscar e “Invictus” está indicado a ator(Freeman) e ator coadjuvante(Damon). Será surpresa se ganhar algum. Mas como este é um filme sem surpresas, provavelmente não sairá invicto, também, em Hollywood.

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